A formação do psicanalista, como Freud a instituiu, inicia pela análise pessoal e entrada no campo teórico, segue pelo ingresso na prática e a correspondente supervisão e análise de controle. Os Campos Temáticos relativos às bases que Freud e Lacan nos legaram apresentam modos de tecituras que incidem na Clínica Psicanalítica com crianças e adolescentes. São três pilares de sustentação da Práxis Psicanalítica que é oferecida no Serviço de Atendimento Clínico. Assim, os quatros Campos Temáticos, suporte da formação continuada do psicanalista, estão ancorados na reconhecida produção de psicanalistas da instituição e ocorrerão sob o formato de assembleias, destinadas exclusivamente a seus membros e proponentes.
M.F.
Aba 1
FREUD, A CLÍNICA PSICANALÍTICA E SEUS FUNDAMENTOS
Alfredo Santiago Culleton Conceição de Fátima Beltrão Fleig Lia Cunha Poletto Mario Fleig Nacitamara Fiorentini Návia Terezinha Pattussi Vânia Aparecida Pattussi
Um dos temas que se sobressai, desde os primórdios da psicanálise, é a concepção do Trauma (trauma) e do Traum (sonho). Na língua de Freud, as duas palavras se originam da mesma raiz grega, que significa ferida, e se constituem como fundantes das psicopatologias, inclusive as cotidianas e decorrentes de vivência(s) que, por não terem sido integradas ao aparelho psíquico por meio de representações ou outros meios, provocaram um aumento excessivo do nível de excitação sem que fosse possível dar vazão a isso. Podemos dizer o mesmo da Pulsão de morte, o irrepresentado/inconcebível. Ambos os conceitos têm uma relação direta com a técnica psicanalítica inicial que visa à ab-reação, como uma forma de reduzir o nível de tensão e elaborar as experiências traumáticas passadas, mas não se esgotam aí. Para o ano de 2025, o propósito será dar continuidade e aprofundar o estudo das conexões desta temática do trauma (Trauma) e do sonho (Traum), que se cruza com o conceito de - Pulsão de morte, não só desde o ponto de vista especulativo, mas também histórico. Os diferentes modelos a partir dos quais o conceito de trauma (ferida) pode ser pensado, servirão de fio condutor para analisar os efeitos e os destinos psíquicos do irrepresentado/inconcebível, bem como para os articular com a repetição. O título deste Campo temático remete à história da psicanálise, mas não o propomos no sentido de historicidade ou de cronologia; antes, pretende a retomada e a renovação de nossa leitura do texto freudiano, neste caso, o “Projeto de Psicologia” (Entwurf einer Psychologie) de 1895 e a Interpretação dos sonhos (Die Traumdeutung) à luz do desenvolvimento subsequente do trauma na obra de Freud e em nossa clínica na conjuntura política e cultural do mundo que nos toca viver. Este ano daremos continuidade de maneira intercalada, às aproximações de trauma e traumatismo com o Projeto e os sonhos.
A.S.C.
Frequência: quinzenal, terças-feiras Horário: 20h às 21h30min Início: 18 de março de 2025 Modalidade: presencial/on-line Locais: Sede EEP Porto Alegre, Caxias do Sul, Chapecó
Aba 1
ESCRITOS E SEMINÁRIOS DE LACAN
Alexandre Uarth Christoff Izabel Joana Dal Pont Maria Cristina Hein Fogaça Mario Fleig Marisa Gabbardo Martha Wankler Hoppe Matheus Minella Sgarioni Nair Macena de Oliveira Rudimar Mendes Sônia Maria Perozzo Noll
Nas últimas lições do Seminário 12, Problemas cruciais para a psicanálise, Lacan avança nas consequências de suas escolhas a respeito de uma lógica que possa dar conta da experiência psicanalítica, ou seja, uma lógica que deixe aberto o espaço de uma falta decorrente da perda que se produz a cada vez que a fala e a linguagem tentam dar conta de si mesmas. Ele propõe a Garrafa de Klein como modelo topológico mais apropriado para estabelecer uma teoria correta da identificação (nas três modalidades freudianas), articulando demanda, transferência e identificação em conexão com as três incidências da falta (privação, frustração e castração). Então, retoma o que seria o título desse Seminário: “posições subjetivas” na tripartição sujeito-saber-sexo. Trata-se de um percurso complexo que se dá em uma análise, no encontro com o real do sexo, uma verdade impossível de saber e do lado do sujeito temos a certeza do impossível. Tríades que se redobram: sujeito-saber-sexo redobra-se em Sinn (sentido), Zwang (coerção), Wahrheit (verdade), sobre o fundo dos três registros: R, S, I, - E como corolário de suas escolhas, ele nos indica a pertinência de duas antigas tradições: a lógica estoica e a tradição sofística. Ele nos brinda com uma pérola: “A psicanálise é a presença do sofista em nosso tempo, mas com outro estatuto”.
M.F.
Frequência: primeira quarta-feira do mês Horário: 20h às 21h30min Datas: 12/03, 02/04, 07/05, 04/06, 02/07, 06/08, 03/09, 01/10, 05/11 Modalidade: presencial/on-line Locais: Sede EEP Porto Alegre, Caxias do Sul, Chapecó
Aba 1
A CLÍNICA PSICANALÍTICA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
No ano de 2025, daremos continuidade às Assembleias do Campo Temático da Clínica Psicanalítica com crianças e adolescentes, trazendo questões que concernem a essa clínica na atualidade. A partir de casos clínicos, da literatura, de filmes, entre outros, propomos um enlace com o desenvolvimento teórico-clínico de autores que sustentam a nossa prática: Freud, Lacan, Bergès, Balbo, Melman, Lebrun, Forget, Crespin, Laznik, Rodulfo, Hamad, Couvert, entre outros.
Entre os temas a serem discutidos estão:
- A clínica precocíssima com o bebê; - O trabalho com a criança pequena; - O diagnóstico na atualidade; - As questões que remetem a aprendizagem; - O despertar da adolescência; - Corpo, sexualidade, morte; - As identificações; - O laço social; - Os pais na clínica com o bebê, com a criança e com o adolescente.
Mensalmente, a atividade será coordenada pelos integrantes do CT e propomos aos membros clínicos, membros, proponentes e estudantes que almejam se enlaçar nesse estudo, que tragam suas contribuições, comentários e questões, fortalecendo assim a formação psicanalítica de cada um.
Frequência: quarta quinta-feira do mês Horário: 20h às 21h30min Datas: 27/03, 24/04, 22/05, 26/06, 28/08, 25/09, 23/10, 27/11 Modalidade: presencial/on-line Locais: Sede EEP Porto Alegre, Caxias do Sul, Chapecó
Aba 1
PRÁXIS PSICANALÍTICA - SERVIÇO DE ATENDIMENTO PSICANALÍTICO
A formação do psicanalista se dá a partir da própria análise, da análise de controle da prática, do estudo rigoroso dos conceitos e da psicopatologia psicanalítica, sendo que a posição de psicanalista advém do se autorizar por si e por seus pares, entre estes, na instituição psicanalítica. Partindo destes preceitos oriundos dos primórdios da formação de psicanalistas por Freud, construímos, no seio de nossa instituição, o espaço do Serviço de Atendimento Psicanalítico, dedicado à prática e à experiência no âmbito de consultório e de clínica em instituição, experiência esta partilhada com a equipe nas discussões, supervisões e construções de formulações. De acordo com o espírito no qual concebemos o Serviço, a partilha não se dá apenas da parte daquele que traz um caso a ser examinado, mas também se dá da parte daquele que supervisiona e que, ali, diante dos pares (a equipe), dá testemunho de sua própria formação, e também daquele que apresenta um paciente, pois, ali, o que mais se desvela é o psicanalista em seu modo de operar e diante da seleta audiência. Tais são os pressupostos que sustentam o Serviço de Atendimento Psicanalítico que se encontra ao alcance dos membros e proponentes que almejem agregar à sua formação a viva experiência do trabalho em equipe pautado pela operação psicanalítica, sendo que cada especialidade de trabalho propõe critérios específicos para ingresso em sua prática.
Conceição de Fátima Beltrão Fleig
Critérios para admissão e participação na equipe: - Estar em processo de análise pessoal. - Engajar-se em supervisão: individual ou de grupo (no máximo de quatro participantes) com um dos fundadores do Serviço. - Escolha de uma ou mais especialidades para trabalho clínico. - Participação continuada nas reuniões de equipe da(s) especialidade(s) escolhida(s). - Participação continuada nos demais Campos Temáticos da Escola de Estudos Psicanalíticos. - Mínimo de 4 semestres atendendo em instituição pública credenciada pelo Serviço. - Recebimento de pacientes encaminhados pelo Serviço implica ter pelo menos 4 semestres de clínica em instituição credenciada.
Aba 1
O Serviço se organiza por meio das seguintes especialidades:
A clínica com bebês e crianças pequenas
Coordenação: Margareth Kuhn Martta Ariela Siqueira Dal Piaz Elenice Cazanatto Luana Gallo
- Atendimento clínico com bebês e primeira infância: zero a cinco anos e onze meses. - Atendimento institucional: pesquisa e intervenção nas escolas municipais de educação infantil, com bebês de zero a três anos, em Porto Alegre e Caxias do Sul.
Reuniões de equipe e discussão de casos Frequência: quinzenal, primeira e terceira segundas-feiras do mês Grupo de estudos Frequência mensal: quarta segunda-feira do mês Horário: 20h às 21h30min Local: Sedes EEP Porto Alegre, Caxias do Sul, e outras cidades com conexão on-line
Projeto: Pesquisa-intervenção Psicanalítica com bebês e crianças pequenas em sofrimento psíquico
- Parcerias com instituições de Ensino Superior para estágios
Critérios:
- Disponibilidade de participar das atividades realizadas na escola de educação infantil conveniada, no mínimo um turno por semana; - Participação nas discussões clínicas realizadas quinzenalmente; - Participação mensal no grupo de estudos Intervenções Psicanalíticas com bebês e crianças pequenas em sofrimento psíquico; - Disponibilidade de um horário semanal para supervisão.
Contato: (54) 9 9118 3534
Letra - Clínica nas Escolas Públicas
Coordenação: Conceição de Fátima Beltrão Fleig Maria Nestrovsky Folberg Renato Leite Gonçalves
- Atendimento clínico de crianças e adolescentes no ambiente escolar de ensino fundamental e médio da rede pública, individualmente ou em grupo. Igualmente, o acolhimento de questões de professores.
Reuniões de equipe Frequência: primeira quinta-feira do mês Horário: 9h30min às 11h15min Local: Sedes EEP Porto Alegre, Caxias do Sul, e outras cidades com conexão on-line
Tratamento psicanalítico nas sedes da EEP
Coordenação: Conceição de Fátima Beltrão Fleig Ricardo Casanova
- Recebe crianças a partir de 6 anos, adolescentes, adultos
Reuniões de equipe Frequência: segunda quinta-feira do mês Horário: 9h30min às 11h15min Local: Sedes EEP Porto Alegre, Caxias do Sul, e outras cidades com conexão on-line
- Tratamento psicanalítico de pacientes psicóticos ou em estado-limite em consultório na EEP e instituições
Reuniões de equipe Frequência: quarta quinta-feira do mês Horário: 9h30min às 11h15min Local: Sedes EEP Porto Alegre, Caxias do Sul, e outras cidades com conexão on-line
Grupo de estudos direcionado à sustentação do trabalho clínico com as psicoses
Alderi Fátima Tomazini Ricardo Bertazzo Ghilardi
Frequência: semanal, terças-feiras Horário: 14h30min às 16h Início: 05/03 Modalidade: presencial/on-line Local: Sede EEP Porto Alegre Contato: (51) 9 9903 7864; (51) 9 9325 3465
Clínica com vítimas de violência
Coordenação: Conceição de Fátima Beltrão Fleig Návia Terezinha Pattussi Lia Cunha Polletto
- Tratamento psicanalítico de vítimas de violência encaminhadas pelos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) da Prefeitura de Chapecó e Promotoria de Segurança Pública.
Reuniões de equipe Frequência: terceira quinta-feira do mês Horário: 9h30min às 11h15min Local: Sedes EEP Porto Alegre, Chapecó, Caxias do Sul e outras cidades com conexão on-line
Apresentação psicanalítica de pacientes
Coordenação: Mario Fleig Alderi Fátima Tomazini Renato Leite Gonçalves
Reuniões de equipe Frequência: primeira quinta-feira do mês Horário: 20h30min às 21h30min Local: on-line, via Zoom